Manager Director Supervisor Head of Very Important Issues at Global World Level

Pilar Schmitt nascida e criada em Hamburgo. Frequentou a Deutsh-Institut no prestigiado curso de Gestão Internacional com avaliações altissímas.

Nããããã… este Operador gosta de brincar e isso!

Tinha graça, mas não é essa a história…

A Pilar nasceu em Gondomar e foi fazer a primária e o secundário na Alemanha, porque o pai era funcionário na estação em Frankfurt e a mãe é portuguesa. Lá juntaram os trapitos e levaram a cachopita com eles e deram-lhe o melhor que podiam.

Quando ela nasceu, “Pilar” não era um nome muito comum. E como o Sr. Schmitt era estrangeiro lá convenceu a Mãe Schmitt que a bebé teria um melhor futuro com um nome assim mais alternativo…

Anos vão, anos vem e os pais da Pilar já tinham um pé de meia jeitoso, uma casita em pedra e foram pais tarde, por isso, já estava na hora de voltar para Portugal.

A Pilar não era uma jovem que se destacava em muitos assuntos. Uma aluna mediana, cumpria os objectivos, como estudou na Alemanha sabia evidentemente falar alemão. Ora, não sendo uma língua comum e, sejamos francos, com as suas complexidades, era uma potencialidade de excelência!

Nunca ninguém soube que curso superior a Pilar fez. Sim, porque os pais trabalharam e queriam que a rapariga tivesse uma educação superior e foi sempre esse o objectivo. Ao certo, ao certo ninguém sabe qual era o curso, porque o grande privilégio estava na língua alemã. A miúda não é que fosse má noutras coisas, sabem? Só não era incrível… era normal!

Começou a trabalhar em empresas que necessitavam de pessoas fluentes em alemão. Facto é que se a Pilar não fosse necessariamente boa gramaticalmente ou dissesse uma ou outra palavra mal, meio que ninguém a podia corrigir, porque ninguém entendia.

Por tudo o que se sabe, até podia estar o dia todo ao telefone com os pais ou com amigos, desde que fizesse aquela manobra profissional muito conhecida: fazedor de vento.

Esta tática estudada por poucos consiste em gerar lufadas de ar com o movimento do corpo criando a ilusão de que podem estar a realizar algum tipo de atividade, no entanto são coreografias pensadas ao pormenor cujo o resultado é uma totalidade de coisa de nenhuma.

Com importantes tarefas como estar ao telefone a falar estrangeiro com pessoas e mexer em teclados de computadores, chegou-se à conclusão que a Pilar conseguiu obter um número extraordinário de zero clientes novos. Um feito histórico… Foram anos de esforço e que finalmente foram reconhecidos. Jamais alguém lhe tiraria o título de Manager.

Como escrevia coisas e falava com pessoas de assuntos que ninguém ao certo sabia o quê, isto deu à Pilar uma sapiência no que respeita a variados sons vindos de um teclado. Não havia uma reunião em que a Pilar não escrevesse tudo – sendo que o “tudo” nunca ninguém soube ao certo que era. Mas, estavam lá os administradores e investidores a dissertar sobre cenas e a Pilar escrevia, escrevia, escrevia e de quando em vez ouvia-se algo como “eu concordo”. Não substimem esta atitude! Não era um “eu concordo” normal, mas sim um “eu concordo” com impacto no meio de teclas… Aqui já ninguém lhe tirava a sua progressão para Supervisor.

À semelhança de muitos líderes – não necessariamente os bons – a Pilar rodeava-se de pessoas cujo poder de raciocínio está muito próximo de uma conquilha. Uns poderão dizer que seria estratégia, outros sabedoria, outros mestria… enfim… não interessa a definição, o que é certo é que sendo conquilhas ou ameijoas, a Pilar dominava o grupo do Bulhão Pato. Podia até acontecer que na sala ao lado não conseguisse esse feito, mas a Pilar era muito focada e centrava-se apenas nas suas conquilhas… sim, conseguira o Head Of uma cena importante que um grupo qualquer pensava ser muito muito muito importante num momento qualquer. E como seria um título muito grande, resumiu-se para Head of Very Important Issues at Global World Level.

Com tantas competências, ainda havia que estudar mais um pouco, porque a Pilar sempre foi ambiciosa. No Natal recebeu uns cartões presente da Fnac, foi imediatamente à secção de Mindfulness, Programação Neurolinguística, Monges que viajaram não sei para onde, meia dúzia de livros de resumos resumidos de marketing e gestão, um dicionário, Frases ao calhas e definições de coisas, meteu tudo numa panela, aqueceu e “vomitou” tudo no dia seguinte no trabalho.

Se alguém percebeu o que ela estava a dizer? Nem por isso… Mas se virmos mais atrás também ninguém sabia falar alemão e foi chegando a Manager, Supervisor e Head of Very Important Issues at Global World Level… Portanto, no final do dia, é apostar na mesma estratégia a ver no que dá.

Apoiada por o grupo do Bulhão Pato, a Pilar enche-se de sabedoria e agarrada ao seu teclado decide sugerir novas categorias de trabalho. Esperta a cachopa! Uma vez que a sugestão era dela, só tinha que “arrotar” uma definição chique de um dos livros que comprou no Natal. Como foi ela a inventar, nenhuma dessas categorias chegaria perto da que ela já tinha, hein? Cria distanciamento e pufff fez-se uma Diretora que cenas.  

Assim, em pequenos passos com poucos conhecimentos, adapta-se um título e fica-se com um Manager Director Supervisor Head of Very Important Issues at Global World Level.

Operador Um.

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