A musica que não gostamos – um desabafo a 2 tempos

Ahh, musica…. Tão transcendente, tão poderosa.

E tem tantos entendidos. Tipo, a sério… Fala com alguém que saiba tocar as “Dunas” dos GNR numa guitarra acústica e até essa pessoa te vai dizer que percebe muito.

Quem nunca ouviu que o cantor não-sei-quem é horrível ou que a banda esta-e-aquela é a melhor de sempre?

Quem nunca ouviu o clássico “no meu tempo é que se fazia musica?”. 

Admito que sou um operador com telhados de vidro a atirar pedras.

Também eu já me bati heroicamente pelos méritos de Metallica para meses depois usar os mesmos argumentos para defender outra banda qualquer com a mesmíssima garra. Também eu já cuspi no pode poder dos “Sonhos de menino” e também eu já ignorei o pacote da Rosinha para mais tarde sucumbir a estas musicas antigas.

E esse, meus amigos (doravante “meus manos”) é o ponto aqui.

Recentemente faleceu o MF Doom – rapper ignorado por alguns, adorado por muitos. Como muitas pessoas, fiquei a par deste acontecimento através das redes sociais, no meu caso, Facebook. Sendo eu um opinador profissional, dirigi-me à caixa de comentários e deparo-me com a seguinte cotação:

“Mas alguém quer saber deste gajo? Hip-Hop nem é musica”

Numa primeira fase, fui abalado por uma onda de choque e espanto tremendo por ver ódio e negatividade no Facebook.

Quando me consegui recompor, analisei a situação.

Como fã de MF Doom o impulso foi de insultar esta pessoa e já estava a meio do catalogo de palavrões na minha cabeça quando me deu uma cena estranha.

Entretanto, soube que se chamava “reflexão”. No meio desta cena estranha ocorreu.me que não era uma má pessoa, era apenas ignorante.

Já tinha acabado a garrafa d’ “O Tal da Lixa” quando refleti mais um pouco e pensei: “Tenho que ir à casa de banho”, mas como isso não era urgente, continuei a refletir.

Concluí que era tão pecador como este ignorante.

Oh Meu Deus, a hipocrisia!

Porque é que eu podia gozar com o Tony (vocês sabem que Tony) mas esta pessoa não podia ignorar o MF Doom?

Entretanto, tive mesmo que ir à casa de banho e continuei a reflexão por lá, mas hoje não digo mais que este assunto mexe muito comigo…. Explico p’ra semana.

Até já, meus manos.

O Operador Sem Lei, 2021

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